quarta-feira, 23 de abril de 2008

Passava os dias a sabotar-se a si mesma.
Sabia-o e nada fazia.
Um dia fez.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Duas pessoas

Como qualquer pessoa consideram que conhecem bem aquela outra pessoa. Aquela outra pessoa é uma pessoa que lhe é querida.
Não existe pessoa que se lembre de como aqueles dois conhecidos se tornaram perfeitos desconhecidos. Até porque aqueles desconhecidos eram mais do que simples conhecidos.


Sabe-se que ambos puxaram das palavras mais aguçadas de que dipunham. Esgrimiram essas palavras até poucas forças lhes restarem nos corpos, disferindo golpes profundos e difíceis de sarar. E fizeram-no como se a cada palavra disferida, não houvessem golpes gerados, feridas abertas e dor.
Com as restias de forças que lhes restaram choraram. Não queriam que sangrasse tanto, não queriam que doesse tanto, não queriam fazer aquilo; foi sem querer...

terça-feira, 1 de abril de 2008

Porque juntamos coisas?

Porquê?! Com as mudanças, do meu cantinho para cá e o lento arrumar do novo quarto, tem-se-me vindo a tornar cada vez mais óbvia a minha incapacidade de me desfazer das coisas de que não preciso. Parece que de cada vez que tenho de deitar um monte de porcaria fora, que deito algo de mim fora também! Não, não me considero um monte de porcaria! Acontece que as coisas que guardo foram a alguma altura guardadas com cuidado, dispendi algum tempo a pensar no como arrumar aquela coisa. Nem que seja um prospecto do Modelo de Junho de 2004 porque tinha uma receita que planeio mais tarde recortar e que enfiei no armário entre uma revista do Expresso dessa altura que tinha um artigo assim, assim, e umas aulas soltas de Tratamento de Efluente que um dia vou organizar. E é doloroso o momento de me despedir delas... É impressionante a reticência semi-consiente que tenho em me desfazer destas coisas. Porque criamos relações afectivas com estas "coisas"? São só coisas!! Para além disso ocupam espaço, essencial para pormos outras coisas, que embora daqui a algum tempo venham a ser obsoletas, agora fazem falta. É verdade que tendo em conta o estado da minha "doença acumulativa" o mais provável é que eu ache que determinada coisa me faz falta durante muito mais tempo do que na realidade faz falta. E até me esqueça que ela só me ia fazer falta durante algum tempo porque a "arrumei" algures.
Eu sei que o que me faz falta é juizo, mas está em falta...